Sou o meu canto calado
Sou o meu cavalo alado
Vôo sem saber meu destino
Vou seguindo meu incerto caminho
Ando pelas nuvens de algodão
Viajo pelos céus no meu balão
Desenho meus brinquedos com uma vara de condão
Modelo a massinha com as mãos
Corro pro castelo encantado
Mas escuto o meu grito assustado
Não sei se é certo ou errado
Mas pulo o muro ao lado
Não fujo do que eu quero encontrar
Tenho medo de arriscar
Mas se a felicidade estiver por lá
Me jogo de cabeça num suposto suicídio.
sábado, março 31, 2007
sexta-feira, março 30, 2007
Menina-mulher
Sou boba, menina
Menina-mulher
Boba mulher
Sou pequenina
Jeito de menina
Menina-moça
Menina-mulher
Boba mulher
Grande mulher
Sou criança
Sou menina
Ser mulher a vida ensina
Sou muleca
Sou sapeca
Mas sou mulher
É coisa certa
Mulher-menina
Menina-moça
Ingênua e doce
Forte e feroz
Jeito de menina
Sorriso de muleca
Desajeitada como criança
Determinada
Encorajada
Cabeça feita de Mulher
Menina-mulher
Boba mulher
Sou pequenina
Jeito de menina
Menina-moça
Menina-mulher
Boba mulher
Grande mulher
Sou criança
Sou menina
Ser mulher a vida ensina
Sou muleca
Sou sapeca
Mas sou mulher
É coisa certa
Mulher-menina
Menina-moça
Ingênua e doce
Forte e feroz
Jeito de menina
Sorriso de muleca
Desajeitada como criança
Determinada
Encorajada
Cabeça feita de Mulher
quinta-feira, março 29, 2007
Crônica da Felicidade
Toc, toc, toc.Olho a chuva pela janela e ouço as batidas na porta. Recrutada no sofá da sala, aquecida apenas pelo estofado e um casaco de lã, observo os ponteiros do relógio. Tic-tac, tic-tac, tic-tac. Vou seguindo o ponteiro dos segundos num olhar fixo.Começou com um primeiro movimento, agora ja se passaram 360. O vento sopra nas paredes da casa, as batidas na porta continuam. Nada altera a minha concentração, nem mesmo a zuada provinda das latas de lixo derrubadas pelo gato, na calçada. Estou nos 500 segundos e a solidão me acompanha. Levanto-me e sigo até a cozinha. Preparo um chocolate quente. Volto para o sofá. O silêncio paira em minha conciência e também no ambiente, cantam apenas os ponteiros do relógio. A chuva acalmou-se lá fora. As batidas na porta ja cessaram, o meu chocolate ja esfriou. Conto a casa dos 4000 segundos após novamente acomodar-me no sofá. E o meu pensamento solitário e vazio remoendo a minha solidão contínua. As minhas pernas dormecem, estão exaustas de manterem-se numa mesma posição. Então espreguiço-me. Movimento todos os músculos do meu corpo e procuro relaxar, mas o ócio de minha mente me angustia, me anseia. Um frio na barriga impede a minha tranquilidade. E depois de ter passado tanto tempo despercebido, olho novamente para o relógio, já não conto os segundos, algumas horas se passaram. A madrugada iniciara e adentrara nos pensamentos que construí. Levanto-me então com o objetivo de recolher-me para o quarto, mas antes, dirijo-me até a porta. Quem batia tão insistentemente nela? O gato que se abrigara do frio em minha varanda espantara-se ao me ver abrir a porta. No chão um lindo buquê de rosas vermelhas e um cartão que dizia "Há muito tempo que te amo, e só agora tive coragem de vir aqui e te falar". Saí pela rua a fora à procura da assinatura que faltava no cartão. A chuva retornara. No deserto e na escuridão fui obrigada a voltar para casa. Estava encharcada porém alegre. Ser feliz, agora, só dependia de mim, de ver as pessoas da maneira correta. O sol começara a raiar lá no horizonte, e junto com ele nascia a minha esperança. A Felicidade acabara de brotar da semente adormecida em meu coração.
Texto escrito por: Nicole Príncipe Carneiro da Silva [2005]
Texto escrito por: Nicole Príncipe Carneiro da Silva [2005]
Recomeço
Tu...tu...tu...o som do telefone ocupado se mistura com o gotejar da torneira da cozinha. Desligo o telefone e pego o jornal. As mesmas notícias de sempre - assassinatos, seqüestros, as mesmas roubalheiras no congresso nacional de deputados e senadores. Os escândalos não mudam. O cenário sofisticado da minha casa também não. Não me falta conforto, não me falta comida, mas a chuva lá fora torna tudo ainda mais entediante.
Olho pela janela, vejo as gotas da chuva brilharem com a luz do poste, mas convenhamos, o poste não serve para nada mais além disso, afinal uma lâmpada de 100 watts não será capaz de dar a iluminação adequada a uma via de passagem de carros e pedestres à noite.
Começo a circular pela sala...frescor agradável, silêncio absoluto, exceto pela torneira que não pára de pingar e a chuva que mal se pronunciara – com o ambiente quase hermeticamente fechado, as ondas sonoras não conseguiram atravessar até o interior na sala.
É estranho, muito estranho você estar num lugar tão grande e sem nenhuma companhia, exceto (novamente) pelo gato que às vezes abre o olho, boceja e logo em seguida volta a dormir bem próximo ao abajur ligado.
Sento-me então à mesa de jantar, puxo um lápis e uma folha de papel (que já estavam por ali) e começo a rabiscar. Rabisco, rabisco e no fim não sai nada de concreto. Ah, mas que droga! Será que não existe nada de interessante para se fazer numa noite solitária e chuvosa como essa?! Então empurro o papel e jogo o lápis sobre a mesa. Levanto-me com vontade de chutar a cadeira, olho para ela, respiro fundo e coloco-a exatamente como estava - na linha perfeita em relação à suas recíprocas.
Pego a minha capa de chuva e o meu chapéu, vou dar uma volta na rua. A chuva riscando os meus óculos parece querer me poupar a visão. E quando chego próximo ao viaduto, me deparo com alguns mendigos. Estes estão deitados em pedaços de papelão imundos, com roupas rasgadas. Cobrem apenas parte do corpo com mais papelão. Os ratos são seus únicos companheiros além deles mesmos. Como é cruel ver tudo isso.
Alguns desses mendigos dormem, os que não dormem, no entanto, me olham assustados, outros me recriminam. O que mais me choca é aquela mãe com uma criança nos braços que não para de chorar. A mãe está tentando niná-la, fazê-la dormir...Pobre criança, nem imagina o futuro que a espera, se é que ela pode esperar por algum futuro.
Num ato espontâneo, pedi à mulher que me desse seu filho para que eu o segurasse. Ela olhou para o lado e um homem retornou o olhar com reprovação, porém ela, como aquele semblante infeliz, estendeu a criança até minhas mãos, e eu, como se nunca tivesse sentido tanta emoção na minha vida, coloquei-a junta ao meu peito, por debaixo da capa que estava usando. Foi com o calor do meu corpo que a criança acalmou-se. Aquela mãe mostrou-se tão espantada quanto aliviada, não somente ela como todos que presenciaram o acontecimento. Assim que a criança dormiu eu a devolvi para sua mãe. Não foi preciso dizer nada, mas eu sabia o quanto aquela mulher estava grata.
Voltei para casa pensativo...deixei os sapatos no tapete de entrada, levei a capa e o chapéu para a área de serviço. Estávamos encharcados. Fui então tomar um banho quente, bem quente, e enquanto a chuva continuava a cair lá fora, aquela ducha de água quente escorria sobre minha cabeça, sobre o meu corpo, e eu continuava a pensar. Pensava na minha solidão, pensava naquelas tragédias do jornal, pensava naqueles mendigos, e em especial naquela criança. A criança não me saía da cabeça.
Vesti o meu pijama, segui em direção ao meu quarto, deitei-me na cama, mas não conseguia dormir. Já era mais de meia-noite e o sono não chegava. Peguei o telefone disquei o teclado da memória. Chama...Chama...Alguém atendeu: Alô?
-Alô, filho, sou eu, seu pai
-Ah pai, é você?!...poxa, mas olha a hora! Amanhã tenho que estar na faculdade bem cedo! Que é que foi, hein?
-Nada, filho - falei quase engolindo a voz – É que me lembrei de você hoje. Amanhã é seu aniversário, não é?
- É sim, pai – ele respondeu sem paciência – mas você nunca se importou mesmo, pra você nem faz diferença se você tem filho ou não, agora, por favor, me deixe dormir!
- Está certo, meu filho. Mas antes de desligar eu preciso te dizer uma coisa.
- Ah pai, fala logo, eu to morrendo de sono!!!
- ...(então tentei engolir meu choro) - filho, eu só quero que saiba que eu amo você, e apesar dos erros que cometi durante todos esses anos, você é, foi e sempre será a melhor coisa que aconteceu na minha vida....
Tu...tu...tu...tu...Estava sendo muito difícil me controlar. Desliguei o telefone antes que pudesse ouvir uma rejeição. As lágrimas escorriam pelo meu rosto como um rio que deságua no mar.
De repente, o telefone toca, e antes que eu atendesse tentei recompor a minha voz que estaria rouca de tanto chorar.
-Alô
-Alô, pai?
-Filho! – as lágrimas começaram a surgir novamente, e os soluços apareceram com intensidade
-Ah pai, por favor, não faz isso – a voz dele também pareceu emocionada - eu também te amo. Apesar de o senhor nunca ter sido um pai presente, foi único pai que eu tive.
Ambos choravam ao telefone e se pediam desculpas...Nunca vou me esquecer desse dia. Amanhã tudo será diferente, a começar pela tarde que combinamos de passar juntos.
“Embora não possamos mudar o começo, podemos começar a fazer um novo fim”.
Escrito por: Nicole Príncipe Carneiro da Silva
25/06/2006
Olho pela janela, vejo as gotas da chuva brilharem com a luz do poste, mas convenhamos, o poste não serve para nada mais além disso, afinal uma lâmpada de 100 watts não será capaz de dar a iluminação adequada a uma via de passagem de carros e pedestres à noite.
Começo a circular pela sala...frescor agradável, silêncio absoluto, exceto pela torneira que não pára de pingar e a chuva que mal se pronunciara – com o ambiente quase hermeticamente fechado, as ondas sonoras não conseguiram atravessar até o interior na sala.
É estranho, muito estranho você estar num lugar tão grande e sem nenhuma companhia, exceto (novamente) pelo gato que às vezes abre o olho, boceja e logo em seguida volta a dormir bem próximo ao abajur ligado.
Sento-me então à mesa de jantar, puxo um lápis e uma folha de papel (que já estavam por ali) e começo a rabiscar. Rabisco, rabisco e no fim não sai nada de concreto. Ah, mas que droga! Será que não existe nada de interessante para se fazer numa noite solitária e chuvosa como essa?! Então empurro o papel e jogo o lápis sobre a mesa. Levanto-me com vontade de chutar a cadeira, olho para ela, respiro fundo e coloco-a exatamente como estava - na linha perfeita em relação à suas recíprocas.
Pego a minha capa de chuva e o meu chapéu, vou dar uma volta na rua. A chuva riscando os meus óculos parece querer me poupar a visão. E quando chego próximo ao viaduto, me deparo com alguns mendigos. Estes estão deitados em pedaços de papelão imundos, com roupas rasgadas. Cobrem apenas parte do corpo com mais papelão. Os ratos são seus únicos companheiros além deles mesmos. Como é cruel ver tudo isso.
Alguns desses mendigos dormem, os que não dormem, no entanto, me olham assustados, outros me recriminam. O que mais me choca é aquela mãe com uma criança nos braços que não para de chorar. A mãe está tentando niná-la, fazê-la dormir...Pobre criança, nem imagina o futuro que a espera, se é que ela pode esperar por algum futuro.
Num ato espontâneo, pedi à mulher que me desse seu filho para que eu o segurasse. Ela olhou para o lado e um homem retornou o olhar com reprovação, porém ela, como aquele semblante infeliz, estendeu a criança até minhas mãos, e eu, como se nunca tivesse sentido tanta emoção na minha vida, coloquei-a junta ao meu peito, por debaixo da capa que estava usando. Foi com o calor do meu corpo que a criança acalmou-se. Aquela mãe mostrou-se tão espantada quanto aliviada, não somente ela como todos que presenciaram o acontecimento. Assim que a criança dormiu eu a devolvi para sua mãe. Não foi preciso dizer nada, mas eu sabia o quanto aquela mulher estava grata.
Voltei para casa pensativo...deixei os sapatos no tapete de entrada, levei a capa e o chapéu para a área de serviço. Estávamos encharcados. Fui então tomar um banho quente, bem quente, e enquanto a chuva continuava a cair lá fora, aquela ducha de água quente escorria sobre minha cabeça, sobre o meu corpo, e eu continuava a pensar. Pensava na minha solidão, pensava naquelas tragédias do jornal, pensava naqueles mendigos, e em especial naquela criança. A criança não me saía da cabeça.
Vesti o meu pijama, segui em direção ao meu quarto, deitei-me na cama, mas não conseguia dormir. Já era mais de meia-noite e o sono não chegava. Peguei o telefone disquei o teclado da memória. Chama...Chama...Alguém atendeu: Alô?
-Alô, filho, sou eu, seu pai
-Ah pai, é você?!...poxa, mas olha a hora! Amanhã tenho que estar na faculdade bem cedo! Que é que foi, hein?
-Nada, filho - falei quase engolindo a voz – É que me lembrei de você hoje. Amanhã é seu aniversário, não é?
- É sim, pai – ele respondeu sem paciência – mas você nunca se importou mesmo, pra você nem faz diferença se você tem filho ou não, agora, por favor, me deixe dormir!
- Está certo, meu filho. Mas antes de desligar eu preciso te dizer uma coisa.
- Ah pai, fala logo, eu to morrendo de sono!!!
- ...(então tentei engolir meu choro) - filho, eu só quero que saiba que eu amo você, e apesar dos erros que cometi durante todos esses anos, você é, foi e sempre será a melhor coisa que aconteceu na minha vida....
Tu...tu...tu...tu...Estava sendo muito difícil me controlar. Desliguei o telefone antes que pudesse ouvir uma rejeição. As lágrimas escorriam pelo meu rosto como um rio que deságua no mar.
De repente, o telefone toca, e antes que eu atendesse tentei recompor a minha voz que estaria rouca de tanto chorar.
-Alô
-Alô, pai?
-Filho! – as lágrimas começaram a surgir novamente, e os soluços apareceram com intensidade
-Ah pai, por favor, não faz isso – a voz dele também pareceu emocionada - eu também te amo. Apesar de o senhor nunca ter sido um pai presente, foi único pai que eu tive.
Ambos choravam ao telefone e se pediam desculpas...Nunca vou me esquecer desse dia. Amanhã tudo será diferente, a começar pela tarde que combinamos de passar juntos.
“Embora não possamos mudar o começo, podemos começar a fazer um novo fim”.
Escrito por: Nicole Príncipe Carneiro da Silva
25/06/2006
quarta-feira, março 28, 2007
Soluços
Ouço soluços lá fora
Na rua, a escuridão predomina
Não há ninguém por perto
Não há estrelas no céu
Só a lua pra iluminar a noite
Ouço soluços lá fora
Já olhei da janela
Já saí porta a fora
Olho em volta, não vejo nada
Ainda ouço soluços lá fora
Lá fora aonde?
Não vem dos becos
Não vem da praça
Não vem do nada...
Ouço soluços lá dentro
Não vem da rua
Não vem do mar
Não vem dos becos
Não vem da praça
Não vem de lá de fora...
[...]Vem de dentro de mim...
Na rua, a escuridão predomina
Não há ninguém por perto
Não há estrelas no céu
Só a lua pra iluminar a noite
Ouço soluços lá fora
Já olhei da janela
Já saí porta a fora
Olho em volta, não vejo nada
Ainda ouço soluços lá fora
Lá fora aonde?
Não vem dos becos
Não vem da praça
Não vem do nada...
Ouço soluços lá dentro
Não vem da rua
Não vem do mar
Não vem dos becos
Não vem da praça
Não vem de lá de fora...
[...]Vem de dentro de mim...
sexta-feira, março 23, 2007
Diagrama
Eu já nem sei mais nada
Diante do mundo
Um amor, não tão de repente
Arrebatou minha alma
Rasgou minha carne
Despiu-me de mim mesma
Ofuscou meu universo
Estou desarmada, desviada
Uma vida revirada
Temera amar você
Enquanto já te amava arduamente
Amar, amar, amar...
Mais do que isso
Ociosamente te desejo, te sonho e te realizo no seu próprio ímpetuo
Diante do mundo
Um amor, não tão de repente
Arrebatou minha alma
Rasgou minha carne
Despiu-me de mim mesma
Ofuscou meu universo
Estou desarmada, desviada
Uma vida revirada
Temera amar você
Enquanto já te amava arduamente
Amar, amar, amar...
Mais do que isso
Ociosamente te desejo, te sonho e te realizo no seu próprio ímpetuo
quarta-feira, março 21, 2007
O mercador e o Indivíduo
Um indivíduo senta-se à mesa para tomar o seu chá das 17:00h como de costume. Louça de porcelana revestida por detalhes dourados, de asa peculiarmente desenhada em formato tradicional. Era uma peça rara, daquelas que encontramos em antiquários, de famílias antigas e muito ricas. Para todo e qualquer visitante que aparecesse na sua casa, o indivíduo fazia questão de mostrar que era uma peça original, e não umas dessas réplicas fajutas encontradas por aí em qualquer loja. Ele havia comprado na mão de um viajante que trouxera da Europa e que lhe garantira, àquele conjunto de xícara e pires, não existia outro igual. Só ele o tinha. Era único.
Um dia, um mercador indiano bateu-lhe na porta com uma mala na mão e ofereceu ao indivíduo um jogo de jantar. Este, então, não lhe deu ouvidos e respondeu que não queria, pois já havia a mais bela das louças em sua casa. Coisa linda e sem igual em todo o mundo. Era quase sua impressão digital. O mercador não fez cara ruim, apenas pediu ao senhor que pudesse usar o banheiro e um copo de água. O tradicional homem não recusou e mandou que o indiano entrasse. O banheiro ficava na segunda porta à esqueda do corredor.
No banheiro, o mercador mexeu na maleta. Futucou, futucou, e fechou-a novamente. Já na sala, ele pôde observar a louça em cima da mesa. Bebeu aquela água com muita sede, mas a sede dele não era somente a sede de água. Então pediu mais água. O homem do chá não gostou muito. Achou que já era abuso, mas não se negou. O mercador, então, bebeu essa água com ainda mais sede. Enquanto a água descia goela abaixo, o riso ia aparecendo estranhamente na sua face, porém, disfarçado pelo copo. Terminou o último gole, colocou o copo em cima da mesa, agradeceu e foi embora.
O indivíduo atordoado, dirigiu-se para a biblioteca para ler o jornal, mas quando olhou no relógio, já era quase hora do seu chá. Correu então para a cozinha, colocou a água no fogo, separou os ingredientes do chá - maracujá, maçã e uma colher de sopa de açucar. Foi até a sala para pegar a sua xícara, e junto dela encontrou o copo de água que o mercador indiano havia usado e um bilhete que dizia: "made in taiwan". O indivíduo, injuriado, olha com raiva para aquela louça lançando-a de cima da mesa no chão, partindo-a em vários pedaços.
Há léguas daquela casa, o mercador indiano bate na porta de alguém e oferece uma louça original, peça única que pertencera a uma família rica do passado. Louça de porcelana revestida por detalhes dourados, de asa peculiarmente desenhada...
Um dia, um mercador indiano bateu-lhe na porta com uma mala na mão e ofereceu ao indivíduo um jogo de jantar. Este, então, não lhe deu ouvidos e respondeu que não queria, pois já havia a mais bela das louças em sua casa. Coisa linda e sem igual em todo o mundo. Era quase sua impressão digital. O mercador não fez cara ruim, apenas pediu ao senhor que pudesse usar o banheiro e um copo de água. O tradicional homem não recusou e mandou que o indiano entrasse. O banheiro ficava na segunda porta à esqueda do corredor.
No banheiro, o mercador mexeu na maleta. Futucou, futucou, e fechou-a novamente. Já na sala, ele pôde observar a louça em cima da mesa. Bebeu aquela água com muita sede, mas a sede dele não era somente a sede de água. Então pediu mais água. O homem do chá não gostou muito. Achou que já era abuso, mas não se negou. O mercador, então, bebeu essa água com ainda mais sede. Enquanto a água descia goela abaixo, o riso ia aparecendo estranhamente na sua face, porém, disfarçado pelo copo. Terminou o último gole, colocou o copo em cima da mesa, agradeceu e foi embora.
O indivíduo atordoado, dirigiu-se para a biblioteca para ler o jornal, mas quando olhou no relógio, já era quase hora do seu chá. Correu então para a cozinha, colocou a água no fogo, separou os ingredientes do chá - maracujá, maçã e uma colher de sopa de açucar. Foi até a sala para pegar a sua xícara, e junto dela encontrou o copo de água que o mercador indiano havia usado e um bilhete que dizia: "made in taiwan". O indivíduo, injuriado, olha com raiva para aquela louça lançando-a de cima da mesa no chão, partindo-a em vários pedaços.
Há léguas daquela casa, o mercador indiano bate na porta de alguém e oferece uma louça original, peça única que pertencera a uma família rica do passado. Louça de porcelana revestida por detalhes dourados, de asa peculiarmente desenhada...
segunda-feira, março 19, 2007
Poema de Amor em Rock'n Roll
Essa noite eu sonhei com você
Sonhei que não eras um sonho
Sonhei que podia te tocar
Não era um sonho lúcido, era apenas sonho
Essa noite eu não queria sonhar com você
E ter aquilo que não tenho em um mundo irreal
Não era sua presença, era apenas um sonho
Essa noite eu não sei o que aconteceu
Pra sonhar assim com você
Tentando te esquecer, me aparece você
Materializado num sonho pra mim
Sonhei que não eras um sonho
Sonhei que podia te tocar
Não era um sonho lúcido, era apenas sonho
Essa noite eu não queria sonhar com você
E ter aquilo que não tenho em um mundo irreal
Não era sua presença, era apenas um sonho
Essa noite eu não sei o que aconteceu
Pra sonhar assim com você
Tentando te esquecer, me aparece você
Materializado num sonho pra mim
sexta-feira, março 16, 2007
Mais uma de Amor
Escrever pra dizer que estou com saudades, não vai diminuir o que estou sentindo.
Afagar essa dor que me corrói, é algo que não faz parte do meu domínio.
Que amar é sofrer, isso descobrimos assim que nascemos, mas que nos apaixonar é o mesmo que nos perder, isso só descobrimos com o tempo. E ao nos perdermos, ficamos cegos e surdos.
Alimentamos o nosso próprio mundo num surrealismo profundo.
É verdade, razão e emoção não combinam.
Pelo individualismo do coração somos contaminados, e com o egoísmo da emoção, deixamos a mente de lado. É dificil o coração aceitar as contrariedades da vida. É difícil de se entregar. Porque ele nos ludibria, nos hipnotiza, e quando vemos, nossos pés já estão muito distantes do chão. Quando caímos, é como derrubar em solo asfaltado um cristal de vidro. Sentimos o coração partido em pedaços.
Afagar essa dor que me corrói, é algo que não faz parte do meu domínio.
Que amar é sofrer, isso descobrimos assim que nascemos, mas que nos apaixonar é o mesmo que nos perder, isso só descobrimos com o tempo. E ao nos perdermos, ficamos cegos e surdos.
Alimentamos o nosso próprio mundo num surrealismo profundo.
É verdade, razão e emoção não combinam.
Pelo individualismo do coração somos contaminados, e com o egoísmo da emoção, deixamos a mente de lado. É dificil o coração aceitar as contrariedades da vida. É difícil de se entregar. Porque ele nos ludibria, nos hipnotiza, e quando vemos, nossos pés já estão muito distantes do chão. Quando caímos, é como derrubar em solo asfaltado um cristal de vidro. Sentimos o coração partido em pedaços.
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