sexta-feira, dezembro 15, 2006

Tema: Preconceito

O preconceito está presente em todas as partes do mundo e é algo muito mais amplo do que se pode imaginar, afinal, ele se aplica à diversas temáticas. Preconceito racial, religioso, sócio-econômico, do homossexual, entre outros, gera a discriminação sobre uma grande parte da população, levando-os à marginalização e tornando mais propício o surgimento de conflitos entre os povos. O preconceito é a não-aceitação das diferenças culturais.
Desde as civilizações mais antigas, verifica-se a presença de um preconceito sócio-econômico, já que as sociedades de casta não permitiam a mobilidade entre as classes. Uma vez servo eternamente servo. Um nobre jamais poderia casar-se com um camponês. Atualmente, na teoria, isso não existe mais, no entanto, não é o que se percebe na prática. Casamentos entre patrões ricos e empregadas domésticas ou entre um famoso e uma camelô da tão conhecida 25 de março são totalmente surreais. Não são impossíveis, mas não se pode negar que é incomum. Nesse caso haveria a quebra de vários padrões, mas principalmente do social e cultural, e a maioria da população certamente teria um olhar de reprovação. Os mais pobres seriam chamados de interesseiros e os mais ricos de "burros" ou "panacas" (entre outros adjetivos que não devem ser citados).
O preconceito racial é muito marcante ainda nos dias atuais. Suas origens desde a idade moderna, período mercantilista em que, principalmente, os negros foram escravizados e discriminados pela função braçal a qual foram obrigados a exercer nas colônias e pela sua cultura e religião. Durante o imperialismo na África do Sul, seus negros foram tão mal-tratados que com o fim do Apartheid ocorreu a inversão da discriminação e muitos brancos sul-africanos foram assassinados. Na Europa surgiu uma teoria de Determinismo Geográfico que pregava que as raças tropicais eram inferiores pois o calor da região causava preguiça e impossibilitava a produção cultural do lugar, enquanto que os povos das regiões frias não sentiam preguiça e, por isso, trabalhavam mais.
O preconceito e a discriminação, em geral, são conseqüências da não aceitação das diferenças, sejam elas raciais, culturais, religiosas, sexuais...A população está acostumada a viver sob uma ditadura de padrões cuja quebra pode gerar um verdadeiro caos. Tudo é uma questão de cultura. Com o processo da globalização, essa produção em larga escala de modelos iguais de pessoas, de pensamentos, de religião, dificulta ainda mais a libertação pessoal e aumenta o número de indivíduos infelizes ou por não poderem ser o que gostariam ou por serem desprezados por não obedecerem à regra geral dos padrões.
Para acabar com o preconceito, as pessoas precisarão amadurecer e se educar. Também precisarão se ajudar. O importante em um indivíduo não é a cor, a opção sexual, a religião ou a sua cultura, mas o sim o seu caráter.

*Texto original escrito para a prova da UNEB - 2007

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