domingo, setembro 19, 2010

As pessoas me acham moralista. Pelo menos é o que parece. Já ouvi isso algumas vezes, mas acho que isso não me incomoda. É bem provável que até eu mesma me ache moralista, e não acho que sou, assim, tão ignorante ou radical, apenas defendo as minhas opiniões mesmo que com um "quê" de conservadorismo. A verdade é que ando bastante indignada com as atitudes das pessoas de um modo geral. É claro que chegamos a um nível de conhecimento e consciência de saber que tudo é cultural. No entanto, "ser cultural" não significa que, só porque é tudo relativo, podemos sair por aí fazendo o que queremos de forma animalesca, passando por cima do racional, e das normas sociais. E não, definitivamente, o argumento de que não passamos de animais não explica e, muito menos, justifica algumas ações.

Quem me conhece e conhece a minha família, vai até dizer que fui educada com certa rigidez e que, por isso, sou assim. O que acontece, como já falei acima, é que eu acredito, veementemente, que a cultura não pode ser utilizada como argumento para tomarmos atitudes fora dos padrões e achar natural só porque a atitude “ideal” seria dentro do padrão cultural. Nós vivemos em sociedade, mais heterogênea, mas é uma sociedade, e, a organização social é imprescindível para as relações humanas. Já pararam pra pensar num mundo sem regras? Já pensou se cada ser humano nascido resolver fazer suas próprias regras e sua própria cultura? Que tipo de entendimento existiria entre nós?

Vamos, então, por partes para organizar as idéias. Os seres humanos vivem em sociedades que variam, principalmente, entre regiões, países, continentes... E, por mais chatas que sejam, as regras são essenciais. Cultura não é algo que uma pessoa inventa. A cultura de um lugar é definida por vários fatores como, por exemplo, clima, que interfere na economia, que interfere no mercado de trabalho da região, e assim sucessivamente, além de outras coisas. É claro que a cultura é uma eterna mutante, e podemos ver isso facilmente através das gerações de nossos familiares, e com a globalização isso é ainda mais feroz.

Outro dia, assistindo somente à chamada do Globo Repórter eu ouvi que o Brasil é o segundo país mais estressado do mundo. Já faz algum tempo que tenho me questionado se esse ritmo tresloucado de trabalho seria só aqui. Tenho a sensação de que a eterna insatisfação humana leve as pessoas a se comportarem de diversas maneiras, tirando-as do que seria, inclusive, o mais saudável física e psicologicamente. O que tenho visto muito nitidamente é que este barco está virando uma verdadeira gaiola das loucas. Hoje em dia homossexualidade é quase uma obrigação, a moda agora é ser bissexual, assim você não tem que se posicionar a favor de nenhum gênero sexual e ao invés de ser preconceituoso você se torna liberal, o que é mais “conveniente” – o verdadeiro “em cima do muro”. Não quero entrar nessa questão sexual, outro dia me disseram que o ser humano é bissexuado e que ele pode sim escolher sentir atração por quem quiser, ou que alguns acontecimentos podem levá-lo a um posicionamento mais concreto. Não sei se vejo desta maneira, mas não vem ao caso. A gaiola das loucas não é nem só por causa do homossexualismo, mas porque vejo as pessoas se afogando em comportamentos desvairados e achando legal, e o que me passa é que estes indivíduos são pessoas que se perderam na vida. Eu vejo um movimento marginalizado que, por ser visto como marginalizado, vai sendo seguido por uma legião de pessoas desencontradas de diversas maneiras: por aqueles que são, também, marginalizados, ou por aqueles que não souberam se posicionar, caíram naquele movimento de pára-quedas e ali ficaram. Isso vai se alastrando como um vírus, e seus líderes se deleitam no gostinho de ver uma sociedade declinando, porque, afinal, se foi ela quem os excluiu, nada melhor do que o doce sabor da vingança. Enquanto os seguidores alienados sentem-se eternamente ofendidos por comerem a farinha dos "porcos".

É meio complicado escrever um texto nesse escopo, afinal, existem muitas coisas a serem exploradas, analisadas e desenvolvidas, mas o fato de as pessoas serem, em sua maioria, hipócritas complica bastante. São muitas pessoas que se calam ou se escondem debaixo de máscaras para não terem que dar a cara a tapa. É mais fácil ser covarde, difícil é ter que se ouvir isso. Em meio a tantos “movimentos neoculturais” é difícil se falar de caráter, porque você está lidando com o ego, com a revolta, com a discriminação, com as inseguranças e o desencontro de personalidade. Quando a farinha é pouca, o meu pirão vem primeiro, e a maioria pensa assim, a classe média que o diga!

As pessoas sonham com a utopia de uma sociedade “justa” e “igualitária”, mas ninguém quer que tirem um pouco do seu doce para dar ao próximo. Nossos queridos deputados, senadores são os melhores exemplos disso.

Acho que eu esperava esclarecer mais as minhas idéias no texto, mas a reflexão foi tomando proporções extensas. Por agora cansei.