sábado, janeiro 17, 2015

(In)Direta

Se a carapuça servir é melhor refletir


Ontem eram sorrisos e felicidade. Abraços, beijos e felicitações. A mais plena e perfeita harmonia.

Hoje o vidro derreteu e deformou, inesperadamente.

A face da felicidade despenca.
Daquela boca cheia de risos caem os dentes e restam apenas os julgamentos.
Os beijos transformam-se em armas incandescentes e as felicitações em calúnias, injúrias e difamações.

É muito fácil olhar-se no espelho todos os dias e ver o superficial. O difícil está em olhar dentro de si sem as viseiras da vergonha e admitir quem se é.
É muito mais cômodo responsabilizar os outros pela construção da própria mente doentia preenchida por sentimentos ruins. O difícil é aceitar que eles estão dentro de você, e que é o único responsável por alimentá-los.

A visão egocêntrica da superioridade é capaz de transformar as pessoas mais inteligentes no mais fiel retrato da mediocridade. Aqueles que estão acostumados a subestimar a capacidade dos outros são os mais dignos de pena. São essas pessoas, geniais, tão juris dos defeitos alheios quanto incapacitados de darem-se conta dos erros mais tolos e estapafúrdios que cometem. E pior, são pessoas incapacitadas de serem melhores do que aqueles que elas julgam inferiores. Mas isso elas também não vêem (mais uma incapacidade). Elas se transvestem com a cara da alegria, mas sentem na pele a infelicidade. São a própria hipocrisia, mas vão dizer que é você o ator dos gestos "falsos" que não conseguem ter e não suportam ver alguém fazer com prazer.

Para descobrir quem essas pessoas são e onde elas estão basta fazer o bem sem olhar a quem. A felicidade incomoda. As máscaras caem.