terça-feira, fevereiro 20, 2007
Se cair, Levante-se!
Eu construo a cada dia que passa uma parte do meu trilho e espero ansiosamente pela chegada do trem. Quando ele aparecerá? Quem sabe...Mas eu acredito na perfeição da minha engenharia, ou na quase perfeição. É com minúncia e cuidado que coloco cada ferragem no meu solo. Nada pode dar errado. Tirar as peças e reencaixá-las é uma tarefa árdua pois exigirá a modificação de toda uma estrutura pré-construída, mas suponho não poder evitar que isso aconteça.
A gente tenta não falhar, assumir o erro, as vezes, dói. Pisa o nosso orgulho, tira nossa moral conosco . É como deixar morrer as pessoas que estão no trem, ou expô-las ao perigo. Nos sentimos culpados. O erro é, muitas vezes, sem volta. No entanto, sem ele, a vida seria uma função constante. Sem picos nem vales, sem graça nenhuma. Seria uma rotina cansativa sem evoluções. Errar é mais do que humano, é quase o inevitável.
A constatação de um erro pode ser imediata ou em doses homeopáticas. Na criação dos filhos, por exemplo, só saberemos quando erramos quando os virmos formados homens e conscientes. Mas uma queimadura é a prova da falta de cuidado no momento, e a dor sentimos na hora.
Se estamos errando, é porque estamos aprendendo. Alguém já viu algum bebê recém nascido andando? Quantas etapas foram necessárias para que este serzinho conseguisse dar os primeiros passos? Quantas quedas e raladuras ele sofreu pra se tornar bípede como todo humano? Inúmeras...Nenhum de nós se envergonha de não ter conseguido nascer sabendo andar. Qual o pai que não sente orgulho de ver o seu filhinho cair no chão e depois se levantar e conseguir se erguer com mais firmeza?!
A vida é assim. Para o mundo, somos todos bebês aprendendo a lidar com as falhas no solo, com os erros dos pais, com os erros dos outros e principalmente, com os nossos erros. Quanto ao trem do início, creio eu que levará ainda um bom tempo para que ele seja montado sobre os meus trilhos, e espero que quando isso aconteça, ele não caia do despenhadeiro dos alpes.
domingo, fevereiro 11, 2007
Versos e Lamúrias
Escrevo porque preciso
Serão nessas linhas que desabarei
Serão nesses versos que me aliviarei das dores
Das dúvidas, inseguranças
Porque não paro de me questionar milhões de perguntas sem respostas
Porque não paro de me cobrar milhões de coisas
Porque não param de me cobrar o que não quero ser cobrada
O que não preciso ser cobrada
Por que as informações giram o tempo todo em minha cabeça
E estou perdida no tempo e no espaço
Porque não sei mais quem sou, nem o que sou
Porque o que me era familiar hoje é tão estranho
Porque quando acho que sei, percebo que não sei
Porque tudo muda o tempo todo
Mesmo que eu não queira mudar
Escrevo porque gosto
Porque gosto de me fortalecer com as palavras
Porque gosto de saber me expressar bem
Porque o papel e o lápis são os meus melhores amigos quando não sei o que fazer
Porque a arte não vai me julgar pelo que sou – ela identifica o meu eu
Porque escrever deveria ser a maior arma do homem
Porque nos textos e poemas os indivíduos são capazes de se enxergarem nos outros
Porque escrever é um dom, ainda que você não tenha nascido com ele
Escrevo porque quando penso que tudo esta perdido
Eu consigo sair do afogamento
Escrevo porque quando penso que não vou suportar a tantas pressões
Eu me prendo ao que sinto e libero em versos diretos
Versos metafóricos
Escrevo porque filosofar sobre a vida engrandece
Escrevo porque é o meu segundo choro
Escrevo quando amo
Escrevo quando odeio
E se algum dia você não me vir escrever
Ainda que o meu coração funcione
É porque não estou viva
Escrito por: Nicole Príncipe Carneiro da Silva
25/06/2006