quarta-feira, agosto 19, 2015

Ah, essa menina...

Ah, essa menina...
Essa menina quando me olha
Pensa que me enrola
Com seu sorriso engraçado
Com um andar desajeitado
Ajeitando a gola
Piscando só de um lado
Acha que estou dando bola.

Ah, essa menina...
Essa menina quando me olha
Faz um pouco de charme
Atenta ao pecado da carne
Se agacha cheia de gracinha
Para ajeitar a meinha
E eu fico só na minha
Dando uma bisbilhotadinha.

Ah, essa menina...
Essa menina quando me olha
Me manda beijinho
Me chama de ladinho
Com muito jeitinho
Pra me mostrar o vestido novo
E eu que não sou bobo
Vou correndo conferir a mercadoria ;)

domingo, maio 03, 2015

Djavanear

Quando te vi meu coração se encheu amor
Se encheu tom, se encheu de luz
Alegria, sangue bom.

E como um rio que desaguou, fugiu de mim
Fugiu do fim, onda levou
Caiu no mar, se desmanchou

Um coração de sol, um sonho que ficou
O mar angariou, azul, esverdeou

Um coração deserto e solitário que ficou
Na beira do mar do amor
Esperando a onda de amar voltar.

sexta-feira, fevereiro 20, 2015

A Luz no Fim do Túnel é Apenas o Começo

Sobre o Esquema de Fracasso


Escorrem 26 anos em lágrimas dos meus olhos. E tenho que admitir, está quase impossível controlar o choro. Foram tantos, mas tantos anos em busca desse sentimento...
E não, não estou chorando de tristeza. Estou chorando por conta de uma dor que parecia crônica e incurável - a dor do insucesso, da insatisfação, do não merecimento, das inconquistas - que está se transformando. Soa um tanto absurdo que uma pessoa criada com os privilégios que eu tive sinta-se tão infeliz da vida. Ah, se a vida fosse só isso. Mas é que amor em excesso, amor desmedido, amor desorientado e despolido (se é que essa palavra existe) também são prejudiciais e também causam infelicidade. Logo eu que sempre acreditei em conto de fadas, que o bem sempre vence o mal, não conseguia entender aonde estava o meu final feliz que nunca chegava. Tudo bem que estou jovem, mas eu nunca consegui me adequar bem as pessoas da minha idade. Em alguns aspectos estava muito além dos colegas de escola/faculdade/trabalho, mas em tantos outros estava muito atrás, quase no primário. E, então, eu me vi navegando, perdida em alto mar, sem noção de orientação, sem saber qual caminho seguir enquanto a vida seguia em terra para os demais. E quanto mais o tempo passa, mais cobras aparecem, rs. A família COBRA, a sociedade COBRA e você se COBRA mais que todos os outros juntos! E tudo parece cada vez mais distante. Em vários momentos cheguei a acreditar que meus sonhos não eram pra mim, que o que eu almejava não correspondia à minha realidade, às minhas condições e capacidades e que por isso nunca chegariam pra mim. Achei que deveria simplesmente aceitar o que a vida me oferecia, porque todas as vezes que ia pra uma batalha em busca dos meus sonhos voltava vencida. Mas porque sou romântica demais, teimosa demais, achei que, sim, aquele poço escuro onde eu vivia deveria ter uma saída! E não importava o quão distante ela estivesse, não importava quantos obstáculos eu teria que enfrentar, eu não me daria por satisfeita enquanto eu não a encontrasse. Foram muitas batalhas internas e externas. Tive que combater os preconceitos dos outros e, principalmente, os meus. Tive que tolerar erros e, o mais difícil, os meus erros. Foram 7 anos de terapia dentro e fora dos consultórios, mas, finalmente, a luz apareceu, quando eu menos esperava, aonde eu nem imaginava. A mão de Deus estava ali, escrevendo certo por linhas pra lá de tortas. E quando a luz apareceu o sonho se acendeu e as lágrimas começaram a cair pra desintoxicar a infelicidade da minha alma!

sábado, janeiro 17, 2015

(In)Direta

Se a carapuça servir é melhor refletir


Ontem eram sorrisos e felicidade. Abraços, beijos e felicitações. A mais plena e perfeita harmonia.

Hoje o vidro derreteu e deformou, inesperadamente.

A face da felicidade despenca.
Daquela boca cheia de risos caem os dentes e restam apenas os julgamentos.
Os beijos transformam-se em armas incandescentes e as felicitações em calúnias, injúrias e difamações.

É muito fácil olhar-se no espelho todos os dias e ver o superficial. O difícil está em olhar dentro de si sem as viseiras da vergonha e admitir quem se é.
É muito mais cômodo responsabilizar os outros pela construção da própria mente doentia preenchida por sentimentos ruins. O difícil é aceitar que eles estão dentro de você, e que é o único responsável por alimentá-los.

A visão egocêntrica da superioridade é capaz de transformar as pessoas mais inteligentes no mais fiel retrato da mediocridade. Aqueles que estão acostumados a subestimar a capacidade dos outros são os mais dignos de pena. São essas pessoas, geniais, tão juris dos defeitos alheios quanto incapacitados de darem-se conta dos erros mais tolos e estapafúrdios que cometem. E pior, são pessoas incapacitadas de serem melhores do que aqueles que elas julgam inferiores. Mas isso elas também não vêem (mais uma incapacidade). Elas se transvestem com a cara da alegria, mas sentem na pele a infelicidade. São a própria hipocrisia, mas vão dizer que é você o ator dos gestos "falsos" que não conseguem ter e não suportam ver alguém fazer com prazer.

Para descobrir quem essas pessoas são e onde elas estão basta fazer o bem sem olhar a quem. A felicidade incomoda. As máscaras caem.